Capítulo 4

A Equipe Dellus

Em Sírius, as equipes de socorro colocaram-se aos seus postos para receberem Miriam. Seu pai já morava lá há anos, tal como Miriam, Lúcius,Jaíma, e muitos outros,que vieram à Terra para resgate de compromissos passados, e execução de algumas tarefas.

Os mentores e sua equipe de assistência médica estavam preparados quando ela chegou.

-Seja bem vinda, minha filha – disse gentilmente o Governador de Sírius.

-Você passará por um processo de restabelecimento de suas energias, depois voltaremos a nos falar – disse o Governador.

Miriam ainda não conseguia falar, sua passagem pela Terra,e o processo de sua morte, sugaram-lhe vitais energias. Seu pai colocara-a numa sala, que parecia uma câmara. O efeito gravitacional era nulo, e sua matéria, pouco densa, ficava solta no ar. Imensa sensação de paz tomou todo seu ser. Como num sono profundo, ela se entregou,irresistivelmente, a um lindo sonho. As energias vitais da câmara, banhavam-lhe toda sua “leve” matéria. Podia-se sentir uma suave garoa,penetrando por todo seu corpo.Tons de azul e verde claro, davam mais vida a este ambiente confortador.

Depois de algumas horas, Miriam sentiu que não havia mais aquela sensação de garoa. A gravidade começara diminuir na sala, delicadamente.

Antes de tocar no solo, ficou ainda uns 50cm suspensa, então, todo ambiente começara mudar de cor. O chão transformara-se num gigantesco espelho, o teto ganhou forma de imenso cristal, e dele saía raios luminosos, que refletiam nas paredes laterais, imensos focos de luzes multicoloridas. Seu corpo ,ainda inerte no centro da câmara, era alvo das luzes trazendo-lhe,mais uma vez sensação de tranqüilidade e confiança.

Quando Sr.Eugênio adentrou,Miriam ainda suspensa, encontrava-se extremamente sonolenta.Ele ajudou-a a levantar-se e seguiu com ela para o Setor de Recuperação Canis, onde deveria ficar por um período maior.

O Sr.Eugênio, agora, tinha outra preocupação:a missão que Lúcius prometera executar na Terra. Sabia que ele estava distante de concluir esta tarefa, e o tempo, cada vez mais, tornava-se menor.

Miriam era sua parceira de muitas e muitas vidas, e esta separação, extremamente necessária, era sábia decisão escolhida por ambos. Mas Lúcius não ficaria sozinho na sua missão.Teria na presença de sua filha,um espírito iluminado, capaz de ajudá-lo nesta exima tarefa.

Os raios do Sol Canis , banhavam Sírius espetacularmente. Um verdadeiro show de luzes energéticas, alimentavam os habitantes de Sírius.

Começara a reunião dos dirigentes, extremamente necessária para o sucesso da Missão Sírius.

-Queridos irmãos, com a volta de nossa querida Miriam, Lúcius novamente entregou-se ao egoísmo e a incompreensão. Temo que ele não aceite a ajuda de nossa irmã superior, que agora encontra-se no corpo de sua filhinha.Necessário se faz que a “Equipe Dellus” comece suas atividades em Córdoba !-disse o governador de Sírius, com muita alegria

-Como assim ?Já está em preparação o ambiente terrestre para a construção do Mosteiro? -perguntou Maiá, surpreendida.

-Sim, minha irmã. Quando Miriam iniciou a gravidez, nossos amigos preparatórios já foram para Córdoba, pois já prevíamos pelas outras oportunidades de Lúcius, que ele novamente poderia falhar. Como sabemos, Lúcius sempre se revolta com a “partida” de seu amor, então, o pessoal que já se adiantou, iniciou o preparo do ambiente para a construção do Grande Mosteiro. Agora é a hora de darmos vida a este “abrigo da alma” !

-Concordo com você - disse Sr.Eugênio - é o momento ideal para a Equipe fazer-se perceptível, assim podemos aproveitar a fé que Lúcius tem em Deus, nosso Pai sublime, e juntos nesse ambiente, tentar despertá-lo para os verdadeiros valores da vida. Feito isso, certamente Lúcius seguirá o caminho esperado. – disse Sr.Eugênio.

-Certamente, amigo Eugênio! Porém não podemos esquecer que ele,agora, revoltou-se com a superioridade, pelo fato de Miriam voltar para sua casa.- disse o Governador.

-Sim, mas há fé dentro dele ainda. Pois sabemos de seu amor por Deus. Enquanto estava aqui em Sírius, nunca deixou de demonstrar seus sentimentos de fé. Basta envolvê-lo num ambiente de luz Divina, e mais a nossa presença, que conseguiremos despertá-lo a tempo. – disse a jovem Maiá.

-Na Terra estão no ano de 1754.Tudo ainda muito primitivo. Aproveitando a cultura do momento e ativar o Mosteiro, que já está em construção,será o melhor a fazer neste instante. Nós, nas vestimentas de monges, poderemos nos aproximar dele, sem que nada perceba. - disse Sr.Eugênio, intuído por criaturas sublimes.

-Isso mesmo Eugênio! Vamos também montarmos uma equipe, que descerá à Terra nesta tarefa singela, de dar vida ao Mosteiro. Esta será nossa segunda missão na Terra! -disse o Governador de Sírius, com ar de grande trabalhador, na dedicada missão à prática do bem.

E assim foi feito. A escala foi montada, traçaram as metas e o trabalho a ser desenvolvido.

Os colaboradores preparavam-se na “câmara de tratamento vibratório”, (local onde recebiam aplicações de energias para proteção necessária no momento de penetrar na pesada atmosfera terrestre).

Dali alguns dias, gigantesco objeto,semelhante a um disco, partiu rumo a Terra.

A chegada em Córdoba foi discreta e silenciosa, em local afastado dos olhares urbanos.

Ainda na forma invisível, iniciou-se à construção no local , uma vez que o ambiente já estava repleto de fluidos agradáveis.

A tecnologia para a construção do Mosteiro era admirável. Máquinas inimagináveis levitavam pesadas pedras dando a forma desejada de cada ambiente. Bem como as cores, os detalhes e a harmonização local.

Pedras preciosas eram usadas para energizar o ambiente de forma salutar.Fixavam-nas em lugares precisos, para que, em contato com a luz do sol,prismassem raios de cores com efeitos magnéticos.

Em seqüência iniciou-se a construção do andar superior, onde ficariam salas de tratamentos reequilibrantes.

A sala central, era tomada de gigantescas luminárias, que quase tocavam o chão. As paredes de largas espessuras, davam a sala, aparência de segurança e proteção. Era o centro de força de todo o local.

Terminada a parte de construção, iniciou-se o processo de decoração externa, onde a preocupação maior seria com a transmissão de sentimentos de paz.

O jardim tomaria conta de todas as laterais do Mosteiro,sendo dominado por flores perfumadas e coloridas.As borboletas e os pássaros estariam constantemente presentes por todo jardim.

No térreo era nítido o formato da construção como um todo.A forma de arco deixava o centro com um espaço enorme a ser trabalhado.Deste mesmo local a imagem da construção já pronta, tornava-se magnífica.As frondosas colunas de cor bem clara acompanhavam o arco de uma extremidade a outra,bem espaçadas. O longo corredouro que acompanhava as colunas, tinha o chão áspero, com pedras disformes, em tons escuros lembrando verde e azul.

Nas colunas eram visíveis os detalhes esculturais moldadas uma a uma. As portas largas e arqueadas, em quantia de sete, eram um convite aberto à esperança de todos aqueles que por ali passassem.

No grande centro do Mosteiro, avistava-se o longo jardim,que parecia tocar no horizonte.

Um lago em forma de círculo acompanhava as colunas, fechando o arco na extremidade ao lado do jardim.Para ter acesso ao centro do Mosteiro agora, necessário era a colocação das pequenas pontezinhas de madeira.

A cada instante que se passava, tudo aquilo fascinava cada vez mais.

Peixes amarelos,laranjados, brancos,azuis,rosados e prateados, davam mais vida ainda, àquele ambiente.

Os quartos que abrigariam pessoas necessitadas de alimento espiritual , foram delicadamente organizados.Cada um passaria por uma avaliação,onde, depois de ter noções do perfil da pessoa, o mesmo seria encaminhado a um quarto determinado.

Os quartos foram feitos para proporcionar ambiente único.Cada tipo de personalidade se hospedaria em quarto específico.Pedras desconhecidas estavam colocadas em todos os quartos, serviam de luz, clareando o ambiente sempre que necessário.Os raios emitidos por estas pedras transmitiam ao hóspede energias necessárias para seu restabelecimento. Posicionadas no teto, centralizadas,porém disformes, tinham cores suaves e relaxantes.Seu brilho era sutil, e certamente iria encantar quem as vissem.Uma janela grande,permitia vasta visão de todo o Mosteiro.Os banheiros agregados como suítes, em tamanho grande,continha desde a água até as pedras e cores das paredes, fluídos ainda desconhecidos, proporcionando sempre bem-estar e higiene mental diária.

Para casos mais graves, de personalidades maleáveis,porém com dificuldades maiores, haviam os quartos que acolhiam duas pessoas.Onde a intenção maior seria, além de todo tratamento proporcionado pelo ambiente,a oportunidade de conhecer pessoas com problemas iguais ou de mesma intensidade.Com o diálogo freqüente entre os dois “colegas de quarto” que aconteceria naturalmente, o tratamento teria resultado mais rápido.

A Equipe Dellus preparava-se agora para mudar a aparência de cada habitante de Sírius, na medida do possível. As vestimentas da época foram feitas com perfeição.Tais como as sandálias, os penteados, e todos os acessórios usados naquele século.

Agora tratariam de divulgar sua presença ali,além de Lúcius, sabiam que outras pessoas também se serviriam deste local.Todos seriam atendidos e receberiam ajuda necessária para seu melhoramento.Sabiam que por ali passariam inúmeras pessoas, e a Missão da Equipe Dellus, seria bem maior do que pensavam.

Estava terminada a construção do Mosteiro de Córdoba.


Continua...

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