Missão Sírius e o Mosteiro de de Córdoba

CAPÍTULO 1

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O Mosteiro de Córdoba

Eram 5:25 h da manhã quando o sino tocou. Lúcius acordou, percebeu que seu companheiro de quarto já não estava mais lá.Levantou-se,abriu a janela e ficou encantado com o deslizar de seus olhos sobre a perfeição da natureza.Pássaros banhavam-se nas fontes do Mosteiro de Córdoba, as flores já esperavam o toque do sol em suas pétalas,e o céu parecia o paraíso, contagiando tudo com sua imensidão azul.

Tratou de apressar-se no banho, pois julgou estar atrasado para a oração matinal.

No jardim lateral, onde reinava margaridas e azaléias, as borboletas festejam o gigantesco banquete entre as flores.

Todos já estavam presentes quando Lúcius chegou. Estavam em 42 pessoas no Mosteiro.Era a primeira vez que Lúcius estava participando desta reunião. Não se sentia a vontade e achava estranho orar a esta hora.

O ex-combatente Bento Tavares admirou a chegada do colega de quarto e veio até ele distrair-se um pouco antes do início da oração matinal.

-Então amigo, resolveu conhecer as atividades da manhã?- Perguntou Bento Tavares, com leve ar de alegria.

-Pois é Sr.Tavares,hoje começo um novo tempo em minha vida.Decidi que quero melhorar meus pensamentos,minhas palavras,meu jeito de olhar,de tocar. E creio que aqui,neste Mosteiro, está mesmo uma luz para minha vida, mas ainda não sei onde,nem como, esta luz vai entrar na minha vida.

Bento Tavares era um homem ainda com o coração petrificado. Abandonado pela esposa em tempos passados, e com um lindo filho, acabava afastando de si todas as pessoas que mais amava.

Trajava calça escura,com botinas pesadas.Seu bigode largo,dava-lhe uma aparência de firmeza e intolerância.Uma boina caída ao lado completava sua dura imagem de apresentação.

Dom Dom Dom ... soava o sino,o monge coordenador deste grupo acabava de chegar.Todos se preparavam para o início das atividades.

O monge Rodrigues trazia ar de paz com sua presença. Todos do grupo alegraram-se ao vê-lo. Quando o primeiro raio de sol tocou sua face,deu início da prece matinal.

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O Monge Rodrigues trajava longa túnica branca, com detalhes em dourado. Sua sandália também na cor dourada, completava a vestimenta do dia.

Sensação de paz indescritível era transmitida pela presença deste monge.

Ele Seguiu pelo longo corredouro lateral onde colunas frondosas eram vistas a cada três metros.

Em determinado momento, ele virou à esquerda, passou por uma ponte de madeira, onde era possível apreciar a beleza dos peixes, e finalizava sua caminhada, num gigantesco círculo feito de pedras.

Ele convidou a todos para sentarem ,e formou-se um enorme círculo de pessoas no chão.

-Bom dia amigos, (iniciou o monge). - Como de costume, vamos alongar as pálpebras, fechando os olhos. Pensemos na magia da natureza neste amanhecer, nas pessoas que nos amam, e quem amamos.Sintam o frescor do ar, e o perfume das flores.O som das borboletas batendo as asas, em busca de alimento.

Lúcius pensava, que tipo de oração era aquela, nunca tinha refletido nas diferentes maneiras de orar. Quando menos esperava, entregou-se a meditação do monge. Era irresistível tamanha descrição de Rodrigues das perfeições que rodeava o Mosteiro. Teve a sensação de estar flutuando, e ao abrir os olhos, percebeu que todos seus colegas estavam flutuando junto com ele. Uns mais alto,outros mais baixos. Mas Bento Tavares,ainda estava no chão.Sequer se seu deu conta da magia que acontecia.

Sentiu-se no meio do céu azul, fazendo parte da descrição daquele lugar. Alguns pássaros brincavam com ele. As pequenas nuvens, nunca estiveram tão perto. Ele estava amando aquele momento. Mais acima pôde ver Allende, com asas longas e brancas,ela fazia muita festa com as borboletas,e os pássaros. Lúcius pensava como ela conseguia fazer aquilo! Allende olhou para ele e a profundeza de seus olhos o hipnotizaram ...a imagem de Miriam fez-se em sua frente.

O impacto da visão, fez com que ele perdesse os sentidos e fugisse daquela incrível realidade que estava participando.

- Lúcius,Lúcius, ! Chamava o monge Rodrigues.

Ao abrir os olhos, Lúcius já estava em seu quarto,na companhia de Rodrigues e Bento Tavares.

-O que houve?Não estávamos orando no círculo de pedras?-perguntou Lúcus.

-Sim, estávamos, mas isto já terminou há 2 horas. Você desmaiou, e nós o trouxemos de volta ao seu quarto. Você está bem?Como se sente?- perguntou Rodrigues serenamente.

-Muito bem.Mas poderia jurar que estava acordado.Via Allende voando e eu também voava,aliás todos os amigos voavam.O que foi que aconteceu lá?

Sorrindo lindamente, Rodrigues disse:

-Conversaremos depois sobre isto. Agora descanse um pouco. Após o almoço,me encontre no salão central do andar superior.Fique em paz.- e saiu tranquilamente do quarto.

Bento Tavares estava sério, parecia assustado com a reação do amigo:-Tem certeza que está bem? Talvez fosse melhor que você não participasse mais desse negócio de oração matinal. É uma bobeira. Nunca acontece nada de diferente.Fazem dois meses que vou lá e é sempre assim.

Mas Lúcius conservou-se em silêncio, ele sabia que algo tinha acontecido. Tudo foi muito real, era impossível não ser verdadeiro.Como?De que forma?Lúcius não sabia, mas queria entender tudo aquilo. E Miriam....ah Miriam....ela finalmente tinha aparecido.Que saudades!-pensava Lúcius.

Com os olhos semi-abertos,Lúcius acabou adormecendo em meio as suas lembranças.

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Continua....rs rs rs

Autora: Michelle Pozitano

pozitano@yahoo.com.br

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